Seduce Me: Matthew (parte 2)

Oi oi, pessoal! Crys-chan voltou com mais traduções de "Seduce Me"! Espero que gostem! 😊


Frio. Estava muito frio. A chuva ficou mais pesada naquela tarde, acompanhada pelos trovões de vez em quando. O céu escureceu, mas não pude vê-lo por debaixo do guarda-chuva preto. Mas não estava olhando pra cima. Na verdade, olhar pra cima era o contrário do que eu queria fazer. Encarei a grama debaixo dos meus pés, incapaz de olhar para as pessoas chorando ao meu redor. Tudo que eu conseguia ver era a grama úmida debaixo dos meus pés. O louvor monótono que chegou às minhas orelhas me lembrou de que eu estava em um funeral. Foi só quando os discursos acabaram que finalmente fui capaz de levantar minha cabeça. Um pequeno grupo de pessoas composto por parentes que eu nem conhecia se reuniu ao redor de um túmulo pequeno e simples. Por um momento, tudo que ouvi foi o som das gotas de chuva nos guarda-chuvas. Se não estivesse chovendo, provavelmente haveria um silêncio pesado. Eu olhei para trás, onde meu pai estava parado segurando um grande guarda-chuva preto para nossa pequena família de três pessoas. Seu rosto não demonstrava nenhuma emoção, o que era estranho ao lado da minha mãe que chorava. Imaginei o que estava se passando na cabeça dele. Afinal, gravado na lápide levemente cinza à nossa frente estava o nome do seu pai. Meu avô, que cuidou de mim como sua própria filha, tinha falecido naquele dia. A cerimônia foi pequena; apenas a família mais íntima teve permissão de comparecer. Lentamente, as pessoas começaram a ir embora, deixando meu pai, minha mãe e eu para trás. Um homem vestido com um terno preto limpo debaixo do guarda-chuva preto igual aos dos outros participantes do funeral caminhou em nossa direção, apresentando-se como o advogado do meu avô. Ele tirou alguns documentos de sua pasta, e começou a ler seu conteúdo em voz alta.

Advogado: E agora, devo ler o último desejo e testamento de Harold Anderson…

Somente meus pais e eu tivemos permissão de estar presentes para o testamento do meu avô. Foi sob o pedido severo de seu advogado. E tinha um bom motivo pra isso.

Advogado: …“E para minha querida neta, eu deixo minha propriedade. Todos os móveis e decorações que residem na casa também devem ser entregues à minha neta.”

Mika: …O quê?

Não pude acreditar nos meus ouvidos. Eu herdei a propriedade da família? Aos 18 anos? Aquilo era impossível, mas foi escrito pelas mãos do meu próprio avô…

Sr. Anderson: Ele entregou a propriedade da família para ela… Por que não estou surpreso?

Sra. Anderson: Querido…

Sr. Anderson: Bom, ele disse alguma coisa sobre a posição de CEO e presidente da Companhia de Brinquedos Anderson?

Advogado: Não. Presume-se que o Vice-Presidente sucederá a posição.

Sr. Anderson: É…  Até o fim, ele não desistiu. Que velho teimoso.

Balançando a cabeça, meu pai se virou para encarar minha mãe com uma expressão séria em seu rosto.

Sr. Anderson: Sobre essa propriedade… Devemos mandá-la lá para se acostumar com a residência? Será um bom lugar para ela viver depois do colégio.

Sra. Anderson: Tem certeza de que devemos fazer isso?

Sr. Anderson: Por que não? Será uma boa experiência para ela.

Sra. Anderson: Querida, o que você acha?

Mika: …

Eu realmente não tinha certeza do que dizer. Por que meu avô achou que eu seria a herdeira mais adequada para a mansão? Eu estava pronta mesmo para viver sozinha?

Sr. Anderson: Bom, parece que isso é tudo. Vamos embora. Eu tenho certeza de que a jovem herdeira precisa de tempo para se acostumar.

Sra. Anderson: David…!

Apesar de ela ter levantado a voz, meu pai silenciosamente retornou ao carro, desinteressado.

Sra. Anderson: Não ligue para ele, querida. Acho que a morte de seu avô o afetou bastante. Por que não voltamos para casa?

Mika: Você pode ir na frente, mãe. Acho que preciso de um tempo sozinha com o vovô…

Sra. Anderson: Ah, é claro! Leve o tempo que precisar.

Ela me deu um abraço breve e se apressou atrás do meu pai. Observei o espaço do funeral, que estava completamente vazio, com exceção do túmulo soturno à minha frente.

Mika: Tenho certeza de que, se o vovô estivesse encarregado da organização, teria sido muito diferente.

Era descaradamente óbvio que o meu pai estava encarregado do evento inteiro. Quem mais enterraria sua própria família no mesmo dia em que falecem? Todos sabiam do amor que o meu avô tinha por brinquedos, e mesmo assim o túmulo era só uma simples pedra no chão, sem nenhum brinquedo infantil. Meu pai nem se importou em colocar flores… Seu desdém pelo meu avô era quase lamentável…

Mika: Desculpa, vovô…

Eu tentei forçar algumas palavras, mas a única coisa que saiu foi um soluço engasgado.

Mika: Você me disse pra ser forte… Mas, neste momento, estou muito longe disso. Como naquela vez, há muito tempo…

[HORA DO FLASHBACK]

Mika: Vovô!

Avô: Ah, é tão bom ver você novamente, querida.

Eu fui agarrada num abraço de urso gigante e nós dois rimos enquanto ele me balançava como um avião. Era uma das minhas coisas favoritas ao visitar o meu avô: o jeito que ele me cumprimentava. Diferente do meu pai, meu avô era carinhoso e brincalhão, independente da minha idade.

Mika: Desculpa, o papai não pode vir hoje. Ele disse que não estava se sentindo bem de novo…

Sempre foi assim. O papai perdia todas as visitas pra casa do vovô, dizendo que ele estava ocupado com o trabalho ou que não estava se sentindo bem.

Avô: É isso, então… Bom, sem problema. O papai pode vir da próxima vez. E você está aqui, certo?

Mika: Mm, sim! O que vamos fazer hoje, vovô? A mamãe disse que abriu uma nova doceria na cidade. Talvez nós possamos ir?

Avô: Ah, eu adoraria, mas ando tão ocupado com a empresa esses dias. Na verdade, estamos trabalhando numa coisinha… Você quer ver?

Mika: Sim! Aah, é um brinquedo?

Avô: É, sim. Eu estava planejando uma nova linha deles, mas sinto que algo está faltando… Você pode me ajudar, não pode?

Mika: É claro!

Sorrindo, ele colocou o brinquedo nas minhas mãos e eu o inspecionei cuidadosamente. Era lindamente construído e obviamente muito esforço foi colocado nele. Mas tinha uma coisa…

Avô: Então, o que você acha?

Mika: Hmm… Acho que o coração no peito dele deveria acender quando você o abraça. Vai parecer que ele está vivo e pode virar uma luzinha noturna antes de você dormir!

Ele massageou o queixo, considerando minha sugestão enquanto balançava com a cabeça. Depois de poucos momentos de deliberação silenciosa, ele se virou pra mim com uma risada.

Avô: … Essa é uma ótima ideia! Vou mudá-lo imediatamente. Você sempre é meu pequeno amuleto da sorte, querida. Você sempre sabe o que adicionar para criar o brinquedo perfeito.

Mika: Ahaha! Bom, espero que eu possa ser como você um dia, vovô.

Avô. Você quer criar brinquedos também?

Mika: Mmm, bom, fazer as pessoas felizes é o melhor sentimento do mundo. Mas não sei se eu quero criar brinquedos quando crescer.

Avô: Não se preocupe tanto. Você tem muito tempo para decidir. Além disso, deveria fazer o que te faz feliz também.

Mika: Faz sentido. Mas o papai não pensa do mesmo jeito…

Avô: Seu pai… Tenho certeza de que ele só quer o melhor para você.

Mika: Não tenho tanta certeza disso.

Avô: Querida, olhe para mim.

Ele se ajoelhou para me olhar no mesmo nível, com uma expressão séria no rosto.

Avô: Por mais que o seu pai diga algo que não faz sentido agora, você deve se lembrar de que ele está sempre pensando em você. Ele te ama. Não há dúvidas disso. E você precisa amá-lo igualmente.

Mika: Não odeio o papai. Eu o amo muito… Mas não sei por que ele está assim.

Avô: … Seu pai e eu tivemos algumas dificuldades no passado. Mas não é nada com que você deva se preocupar.

Ouvi algumas partes disso da minha mãe e de várias outras pessoas. As únicas pessoas que se mantiveram quietas foram meu pai e meu avô — ambos evitaram falar algo sobre o assunto, mas era óbvio que o ocorrido criou uma parede entre eles.

Mika: Mas ainda é difícil. Tentar fingir que nada está errado.

Avô: Você precisa ser forte, não importa o que aconteça. Você já é uma garota e, bom, chegará o dia em que o mundo estará contra você. Mas sempre lembre-se de que a sua família e seus amigos estarão ao seu lado. O papai, a mamãe, suas amigas do colégio e eu… Ficaremos juntos para atravessar tudo.

Mika: …Como pode ter tanta certeza disso?

Avô: Porque nós estaremos bem aqui… E aqui.

Ele apontou seu dedo pra minha cabeça primeiro, e depois apontou pro meu peito.

Avô: Então, seja forte… Promete?

Por um momento, ele pareceu quase triste e implorando. Mas tão rapidamente quanto surgiu, a expressão desapareceu de seu rosto e ele estava sorrindo mais uma vez.

Mika: Prometo.

Ouvindo isso, o vovô soltou uma grande gargalhada e se levantou.

Avô: Certo, chega disso. Que tal eu lhe alegrar com uma sobremesa especial caseira? Sei que não posso acompanhá-la até essa nova doceria, mas podemos conversar e comer enquanto eu cozinho e arrumo a papelada.

Mika: Sobremesa caseira? Vou te passar na corrida até a cozinha!

Avô: Ei, vá devagar. Não sou mais como era antes, hahaha…

Mika: Você deixou para mim a residência na qual eu te amava ver… Por quê? Por que você pensaria que eu estava pronta para tê-la? Especialmente depois disso…?

Uma onda de raiva borbulhou dentro de mim, mas rapidamente abafei-a. Não adiantava ficar com raiva, especialmente quando a pessoa em questão não estava mais aqui.

Mika: Sinto muito. É difícil ficar calma quando você me deixou com tantas perguntas. Especialmente o que aconteceu entre você e o papai… Ah… O que estou fazendo? Conversando com um túmulo…

Minha visão ficou turva, e de repente eu percebi que estava chorando. Meu rosto esquentou enquanto as lágrimas rolavam pelas minhas bochechas.

Mika: Vou trazer algumas flores para você mais tarde. Eu… Eu sinto sua falta, vovô… Tentarei meu melhor para cumprir minha promessa, mesmo se o mundo ficar contra mim.

Afastei-me do túmulo, limpando minhas lágrimas com pressa para que meus pais não vissem.

Sra. Anderson: Bom, é hora de voltar para casa. Eu vou cozinhar sua lasanha favorita quando chegarmos em casa, está bem?

Mika: Obrigada, mãe…

Porém, meu pai não falou nada o caminho inteiro. Eu queria conversar com ele, mas depois da sua atitude no funeral, não tinha certeza se era uma boa ideia…

Sr. Anderson: Já era hora de tirarmos essas roupas pretas lúgubres.

Juntando minha coragem, decidi que era hora de conversar.

Mika: …Pai, posso te perguntar uma coisa?

Sr. Anderson: Vá em frente.

Mika: Por que você quer que eu me mude para a propriedade tão cedo?

Sr. Anderson: Pensei que eu tinha sido claro. A faculdade perto da casa de seu avô é bem conhecida por sua graduação em Negócios. Você ESTÁ planejando se formar em Negócios, sim?

Mika: …

Sr. Anderson: Depois que você se graduar do colégio, sua locomoção será mais fácil se morar lá. É perfeito para você.

Mika: Mas… É tão repentino. Você se decidiu tão rápido, logo após o funeral.

Sr. Anderson: Não seja tão sensível. Se agir assim no mundo real, você será destruída.

Mika: Só estou dizendo que talvez nós possamos conversar um pouco mais sobre o meu futuro.

Em resposta, meu pai massageou suas têmporas e suspirou quietamente.

Sr. Anderson: Depois que você se graduar da faculdade, trabalhará na Brinquedos da Família Anderson. Tenho conexões já que sou parte do conselho administrativo, então você terá uma vaga garantida. É o que falamos antes, sim?

Mika: Mas… E se…

Sr. Anderson: Pare de resmungar.

Mika: Mas e se eu não quiser trabalhar lá?

Sr. Anderson: Não seja tola. É a empresa da nossa família. Nossa empresa. Não vou entregá-la a algum Vice-Presidente incompetente.

Você …

Ele se aproximou de mim e sua face ficou suave.

Sr. Anderson: Escute, tudo isso é para o melhor, está entendendo? Você pode não saber disso agora, mas vai apreciar mais tarde.

Por alguma razão, quando ouvi ele dizer aquilo, alguma coisa quebrou dentro de mim. Não tinha muita certeza do que era… Mas me fez sentir tão furiosa…

Mika: …Você ao menos se importa com a morte do vovô?

Sr. Anderson: É claro que sim.

Mika: Bom, tudo parece ótimo para você. As coisas não poderiam estar melhores.

Sr. Anderson: Perdão? Não estou gostando do seu tom, jovenzinha.

Mika: É como se nada tivesse acontecido. Você só ignorou o fato de que ele não está mais aqui!

Sr. Anderson: NÃO levante sua voz comigo!

Mika: O que ele te fez pra merecer isso?

Meu pai, seu rosto mais severo, cruzou os braços e deu uma risada raivosa.

Sr. Anderson: Há! Você certamente o colocou num pedestal. Como se ele fosse algum tipo de deus venerado ou coisa assim. Estou enojado.

Mika: É isso, então? Você está feliz vendo o vovô morto? Enquanto todo mundo estava de luto, você estava se segurando pra não rir na cara deles? Você se sentiu um pouquinho feliz vendo ele deitado no cemitério?!

Um lampejo de raiva atravessou seu rosto e ele bateu as costas de sua mão contra minha bochecha.

Sr. Anderson: Você não sabe de NADA! Abrindo a boca como se, de alguma forma, você soubesse de tudo que aconteceu quando você é só uma menininha que não sabe ficar calada! Você NÃO conhecia o meu pai! Você não sabia do que ele era capaz!

Mika: …

Sra. Anderson: Está tudo bem? O que aconteceu?

Mika: …Nada. Não estou com fome. Acho que vou subir.

Sra. Anderson: Q-Querida? Espere!

Rapidamente me virei e corri pelas escadas até meu quarto, batendo a porta atrás de mim. Minha respiração veio em curtos suspiros, e por um momento me apoiei na porta do meu quarto, eventualmente escorregando para me sentar encostada nela.

Mika: Como as coisas ficaram assim?

Minha bochecha ainda estava doendo, e levantei e olhei para o espelho para examiná-la.

Mika: Espero que não tenha machucado… Ahh, o que tô falando…?

Lágrimas se formaram nos cantos de meus olhos, mas pisquei-as rapidamente. Não deveria chorar pela segunda vez hoje… Tenho que ser mais forte do que isso…

Sra. Anderson: Você está bem? Seu pai me disse que nada aconteceu, mas você conhece ele…

Mika: Estou bem. Só perdi o apetite.

Sra. Anderson: Mas a lasanha está pronta! E não quero que você pule as refeições. Tem certeza?

Mika: Sim. Não se preocupe comigo, mãe. Vou descer mais tarde pra comer.

Sra. Anderson: …Você não está me contando a história toda.

Mika: E-Eu só não quero comer agora.

Sra. Anderson: Por favor, querida… Diga-me o que está acontecendo. Quero que você me conte por que está agindo assim…

Mika: …

Eu queria dizer pra ela. Uma parte de mim estava gritando pra contar o que o papai fez. Ao mesmo tempo, eu sabia que ela não poderia consertar nada. Além disso, eu iria me mudar daqui. Fiquei quieta, deixando o ocorrido ficar no passado.

Sra. Anderson: Bem… Vou deixar sua comida na mesa se quiser comer depois.

Finalmente, minha mãe me deixou sozinha. Era estranho pensar que ela estava a poucos centímetros de mim, apenas separada por uma única porta de madeira… Eu realmente não sabia o que fazer. Precisava fazer algo—qualquer coisa—para distrair minha mente do que acabou de acontecer. Qualquer coisa seria melhor que pensar na dor ainda ardendo na minha bochecha. Vou me mudar pra casa do meu avô amanhã. Provavelmente deveria empacotar minhas coisas pra estar preparada pra amanhã. É. Boa ideia.

Mika: Eu deveria começar a empacotar.

Abri meu guarda-roupa, vasculhando um tempo antes de finalmente encontrar duas bolsas grandes. Colocando-as no chão do meu quarto, comecei a esvaziar minhas gavetas e gabinetes pra levar todas as minhas coisas comigo. Não tinha muito pra levar, com exceção de roupas e alguns artigos de higiene pessoal. Era meio bizarro não ter tantos pertences pessoais assim. Não era como se minha bagagem não os tivesse, mas não tinha tantas coisas no meu quarto das quais eu sentiria falta se as esquecesse. Balancei minha cabeça para me livrar desses pensamentos. Se aquela fosse a minha nova casa, deveria parecer uma. De um jeito ou de outro… Eu faria dela uma casa. Quando estava empacotando minhas coisas, meu celular começou a tocar e vibrar no meu bolso. Tirei meu celular do bolso e atendi enquanto relaxava na minha cama. Quem estaria me ligando?

Suzu: Ei! Anderson! Você tá aí?

Naomi: Está tudo bem? Estávamos preocupadas com você, então decidimos te ligar.

Mika: …

Naomi: Alô?

Mika: Estou tão feliz que vocês me ligaram.

Minha voz deu um jeito de sair, mesmo sendo apenas um sussurro.

Naomi: O que aconteceu? Você está bem?

Mika: Bom…

Lentamente contei pra elas sobre o funeral desta tarde. Um silêncio se seguiu quando terminei de contar o que tinha acontecido, e pro meu alívio, Naomi finalmente falou.

Naomi: Não posso nem imaginar como você deve estar se sentindo agora… Sinto muito mesmo. Quer que a gente te visite agora?

Mika: Não, tá tudo bem. Meu pai não tá de bom humor, então… Podemos continuar conversando no celular?

Naomi: Claro! Nós vamos ficar no celular até o dia amanhecer, certo, Suzu?

Suzu: Ahã! Sempre estaremos aqui se você precisar. Afinal, não seríamos o incrível Trio Ameaça Tripla sem você, né?

Mika: … ahaha, é.

Naomi: Trio Ameaça Tripla? Parece o nome de uma gangue…

Suzu: É! Quer dizer, a gente vai dominar o mundo juntas! Temos que ter um nome assustador, ou ninguém vai nos levar a sério.

Naomi: O que há com a sua mania de nomear as coisas?

Suzu: Você tem que intensificar o seu jogo, Naomi. Ficou pra trás das garotas legais como a Anderson e eu, tsc tsc.

Naomi: Ei! Eu sou uma garota legal! Na verdade, eu diria que é você quem tem que intensificar seu jogo.

Nós conversamos alegremente sobre todo tipo de coisa. Esqueci bem rápido dos eventos daquele dia e me envolvi numa conversa sobre o show de TV favorito da Naomi—um programa chamado Herlock. Concordamos que o ator do personagem principal tinha um visual bem diferente, com aquele sobretudo comprido e o cachecol enrolado no pescoço. Tivemos muitas discussões sobre quem achávamos ser o personagem mais legal.

Mika: Ahaha, é, ele tem maçãs do rosto bem altas. E os olhos dele são lindos. Mas tenho que dizer que prefiro o Jatson. E como um bônus, o ator dele é tão atrevido.

Olhei pro relógio pendurado na parede e percebi como era tarde.

Mika: Uau, já é uma hora da madrugada?! Desculpa ter mantido vocês acordadas até tarde… Acho que vou pra cama. Vejo vocês no colégio amanhã!

Deveria tomar um banho e ir pra cama. Não posso acreditar que fiquei até essa hora conversando com as minhas amigas…

Mika: Mas… Foi muito legal… Bom, banheiro, aí vou eu!

Tomei um banho relaxante; nada melhor do que água quente e o sentimento de estar limpa. Depois de me secar, vesti meu pijama e fui pra cama.

Mika: Aah, um banho quente depois de um longo dia. Estou tão feliz por finalmente estar na cama.

Foi mesmo um longo dia. Sabia que eu estava desejando uma mudança lá na sala de aula, mas não estava esperando nenhuma das coisas que aconteceram hoje.

Mika: E ainda tenho que voltar pra escola amanhã… Argh.

Eu me encolhi de lado e enrolei meus lençóis ao meu redor. Não estava no clima pra voltar pro colégio, mas meu pai provavelmente me forçaria a ir só pela presença.

Mika: É hora de dormir…

Alcancei o abajur na minha cabeceira para desligar as luzes. Mas minha cabeça estava tão perdida pela morte do meu avô e o pensamento de herdar algo tão importante que me assombrou a noite inteira até a próxima manhã…

Mika: …Nnn…

Balancei minha cabeça para afastar a sonolência, em vão. Não dormi muito bem na noite passada.

Mika: Já é hora de acordar? Espera, o colégio…

Logo que percebi que eu precisava ir pro colégio, saí da cama e olhei pro espelho de maquiagem.

Mika: …Que alívio.

Quase não havia um machucado na minha bochecha—teria que se esforçar para enxergá-lo. Duvido que alguém vai perceber, a menos que cheguem muito perto. Soltando um suspiro, eu me vesti, peguei minha mochila e subi no ônibus para ir ao colégio.

Esse é o fim da parte 2. Até a próxima! 👋😘

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